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Método desenvolvido por docente universitário reduz reprovações e combate a solidão no Ensino Superior

Método desenvolvido por docente universitário reduz reprovações e combate a solidão no Ensino Superior

O professor Ricardo Fragelli não conseguiu ficar inerte diante dos altos índices de reprovação na disciplina de Cálculo I. Ele desenvolveu o Método 300, que além de mudar essa realidade, por meio de ações colaborativas, combateu a solidão entre os alunos

Uma ação ativa e colaborativa, é assim que o professor Ricardo Fragelli, da Universidade de Brasília, descreve o Método 300. Criado por ele em 2013, o método foi inicialmente aplicado na disciplina de Cálculo 1, nos cursos de ciências exatas. Hoje, após passar por algumas atualizações, a iniciativa é um sucesso em diversos cursos de graduação.

O método surgiu da identificação de um grande problema: um índice de cerca de 50% de reprovação na disciplina de Cálculo 1. Diante disso, o professor questionou a si próprio sobre o que poderia ser feito para auxiliar os alunos. Ele chegou à conclusão de que um grande instrumento de aprendizagem ainda não era utilizado, a colaboração.

Assim surgiu o Método 300. O nome faz alusão ao número de alunos envolvidos na primeira vez em que o projeto foi aplicado: 300. Também é inspirado nos trezentos soldados espartanos, que tinham como característica jamais deixar um soldado parceiro de lado. Com isso, Fragelli também tinha um importante objetivo, formar cidadãos que olhem para o outro.

Mais informações estão disponíveis em: http://metodo300.com/

Estudos realizados pelo professor Fragelli comprovaram que 90% dos estudantes se sentem mais tranquilos ao realizar avaliações após perceber que o professor se preocupa com o desempenho deles.

Além disso, a partir das atividades propostas na aplicação do método, alunos que anteriormente não conversavam, passaram a dialogar. Segundo o professor, eles aprenderam a ajudar e acolher um ao outro. Por meio da colaboração, aspectos como a competitividade foram deixados de lado.

Com isso, um outro mal foi combatido: a solidão nos ambientes universitários. Diante da oportunidade da inclusão em um grupo, a conversa entre alunos com características “diferentes” – que antes dificilmente ocorreria – foi possibilitada. O respeito à diversidade também foi promovido no decorrer das atividades.

Vários professores já adotaram e validaram o método. Há também relatos positivos de diversos estudantes. Vale ressaltar ainda que ao aplicar o método em uma determinada disciplina, todas as outras são beneficiadas, uma vez que ao diminuir a solidão dos alunos, o desempenho deles melhorava.

Algumas dificuldades na aplicação do método foram apontadas pelos estudantes. A primeira foi a necessidade de conciliar a agenda de todos os integrantes do grupo para a realização das reuniões, que são uma atividade obrigatória da disciplina. Outro impasse apontado como um fator que dificulta o processo foi a falta de afinidade entre os membros.

No entanto, essas dificuldades foram facilmente superadas pelos próprios alunos e pelo diálogo com o professor. Em diversas vezes, a falta de afinidade se transformou em admiração pelo outro, reflexo justamente de um olhar para as diferenças. Quanto à falta de tempo, estabelecer um acordo entre docente e estudantes com relação aos prazos se mostrou eficiente.

SAIBA MAIS

O artigo intitulado “Validação da Escala de Motivação Acadêmica em universitários brasileiros” aborda a motivação extrínseca, e apresenta evidências de validade psicométrica para a Escala de Motivação Acadêmica (EMA) e os resultados de sua aplicação. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/V7PnsJppbpgxvJGKLhTm76N/?lang=pt 

O estudo “Aprendizagem Colaborativa no Contexto de uma Atividade de Modelagem Matemática” trata sobre a aprendizagem colaborativa, suas formas, aplicações e resultados em curso de graduação. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bolema/a/Ch9T8t3G4CdKBhLKRY3PHbF/?lang=pt 

O artigo “Cultura e formação: a ideia de formação humana na sociedade contemporânea” discute sobre a necessidade da formação integral do ser humano em uma sociedade que trata o indivíduo como “capital humano”. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pp/a/DKNPcT3ZVd3T67p9tXHWXwQ/?lang=pt 

 

Assista à entrevista com

Ricardo Fragelli

Vídeo dos conceitos

Depoimento do estudante

Nesse ciclo não foram coletados os depoimentos dos estudantes.

Materiais de apoio

O artigo “Trezentos: aprendizagem ativa e colaborativa como uma alternativa ao problema da ansiedade em provas” aborda mais detalhes sobre como aplicar o Método 300 e sobre a sua influência na busca de uma forma de avaliação que cause menos ansiedade. Além disso, são apresentados os resultados obtidos com o método. Disponível em: metas.pdf (fag.edu.br). 

O estudo “Trezentos: a dimensão humana do método” demonstra a diferença que esse método fez na vida de alguns alunos, principalmente em aspectos como a interação e inclusão social. Ele também apresenta como se dá a aplicação do método e os resultados diante da experiência de alguns estudantes. Disponível em: SciELO – Brasil – Trezentos: a dimensão humana do método Trezentos: a dimensão humana do método. 

O artigo “Método trezentos: uma experiência na área da saúde” traz informações sobre a aplicação desse método na área da saúde, explica o motivo de sua utilização e os respectivos resultados, em que são incluídos pontos positivos e dificuldades no processo. Disponível em: UMA EXPERIÊNCIA DE APLICAÇÃO DO MÉTODO TREZENTOS NA ÁREA DA SAÚDE | Fragelli | Educação, Ciência e Saúde (ufcg.edu.br). 

Autoria

Milena Nascimento

Curadoria

Milena Nascimento

Entrevista

Maria Fernanda Schneider

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