Tornar o ensino da filosofia uma aprendizagem de vida é o grande desafio do professor Francisco. A contextualização com a realidade dos educandos e a reflexão dos problemas, por eles enfrentados, faz com que a disciplina se torne muito mais significativa
Francisco Alvarenga é professor na Faculdade de Filosofia do Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul. Nas suas aulas, o docente trabalha o ensino da filosofia, como uma maneira de interpretar a realidade.
A contextualização do conteúdo com a realidade dos educandos e, com isso, dos problemas por eles enfrentados, propõe o pensar crítico acerca da realidade para, assim, transformá-la. Ao abordar questões como a moral e a ética, o docente as correlaciona com a vivência dos estudantes. Um exemplo disso, foi quando o professor lecionou sobre o conceito de justiça, o qual ele contextualizou com o processo avaliativo dos alunos: o professor deve ser justo ao avaliar o aluno, por sua vez, o aluno deve ser justo e não colar. Assim, o docente explicou aos educandos que a justiça deve vir de ambos os lados.
Os feedbacks dos estudantes refletem a prática adotada pelo docente em sala de aula. Muitos o procuram para debater os problemas cotidianos que os afligem, pensando na filosofia não apenas como uma matéria acadêmica, mas como uma maneira de viver. O professor ainda relatou que percebe uma movimentação dos educandos quanto a disciplina, e que a partir do que foi apreendido, buscam impactar a realidade que vivem – resolvendo problemas da comunidade, no bairro em que residem e contribuindo com a sociedade.
Avaliação
Sobre o processo avaliativo, o professor contou que o ensino da filosofia deve permear os autores, mas que mesmo assim é preciso contextualização prática. Por isso, ele avalia os alunos não somente por meio de provas, mas preferencialmente por seminários. Ele não objetiva a reprodução das obras filosóficas, mas a reflexão do conceito por meio dos problemas cotidianos.
Para isso, o professor adota a aula dialógica ao invés da expositiva. Com um espaço propício para a troca de experiências, durante uma explicação podem surgir questões pertinentes ao debate. Diariamente ele mesmo, e os educandos, vivenciam experiências conflitantes, as quais podem ser refletidas a partir da filosofia.
No entanto, Francisco afirmou que a filosofia não é falar ou pensar sobre qualquer coisa, é preciso saber o que se fala, e pensar criticamente sobre o assunto. O grande desafio consiste em expandir o estudo da filosofia para a compreensão da realidade social.
SAIBA MAIS
“O materialismo histórico-dialético e a Educação”, disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/RCh4LmpxDzXrLk6wfR4dmSD/
“A busca do sentido da formação humana: tarefa da filosofia da educação”, disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1517-97022006000300013&script=sci_abstract.
“Team Based Learning: Contribuições da Metodologia na Perspectiva da Teoria da Aprendizagem Significativa”, disponível em: https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/3505/6440
“Os saberes da complexidade e as práticas pedagógicas”, disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/t5jvZCTW9W6csWLYmbkRb8w/?lang=pt
“O paradigma da complexidade na formação e no desenvolvimento profissional de professores universitários”, disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/2742